terça-feira, 16 de julho de 2013

                                                                       O PIONEIRO

Nascido em 10 de outubro de 1862, em Santa Cruz, segundo distrito de Santo Ângelo, era filho de Joaquim Tibúrcio de Oliveira e Emília Taborda de Oliveira. Seu pai lutou na Guerra do Paraguai, com o posto de tenente. Terminada a Guerra, decidiu se estabelecer empossadas, Argentina, com toda a família.
Em Posadas iniciou seus estudos elementares.
Em 1885, acometido de uma enfermidade decorrente do excesso de trabalho, voltou a Santo Ângelo, por orientação médica. Apenas em 1887 recuperou-se dos problemas de saúde, tratando então de dedicar-se ao comércio.
Bráulio Oliveira amigo e parente do General Firmino de Paula, chefe político e Intendente de Cruz Alta foi nomeado seu assistente na Brigada da Revolução Federalista de 93.
Nessa campanha aproximou-se de Borges de Medeiros e Júlio de Castilhos, de quem se tornou grande admirador.
Exerceu vários postos de confiança. Começando por ser nomeado em 1889, Delegado de Polícia de Santo Ângelo e no ano seguinte, escriturário da Colônia Guarani.
Em Santo Ângelo para onde regressara, líder político apoiava o Dr. Borges de Medeiros e lutava ao seu lado.
O Dr. João Danhe chefe da Colônia Santa Rosa engajou-se também ao lado dos republicanos.
A rivalidade entre CHIMANGOS e MARAGATOS (* ) eram acirradas inclusive com muitas perseguições, arbitrariedades, além de saques e degolas.
Foi fundador da Colônia Santa Rosa.
Em 1904 foi indicado pelo General Firmino de Paula para ocupar uma vaga na Assembleia dos Representantes do Rio Grande do Sul.
Participou ativamente nos movimentos revolucionários de 1923, 1924, 1930 e 1932, dirigindo a organização das forças da região serrana. Foi nomeado comandante da Décima Brigada da Revolução de outubro de 1930.
Destacou-se ao lado de João Dahne, como competente chefe revolucionário. Sua atuação neste movimento levou a que, em 1934, Flores da Cunha, então Interventor Federal no Rio Grande do Sul, o nomeasse Sub-Chefe da 7ª Região Policial com sede em Santo Ângelo, cargo em que se aposentou em 1936.
Dedicou-se a partir de então na fundação da Vila Cruzeiro, cujas terras eram de sua propriedade e estavam localizadas no município de Santa Rosa, recentemente emancipado de Santo Ângelo.
As atividades particulares do Coronel Bráulio Oliveira desdobravam-se em vários ramos: extração de madeiras, serraria à vapor, ferrarias, carpintarias, moinhos para beneficiar erva-mate..
Bráulio Oliveira faleceu aos 81 anos no dia 07 de março de 1945, deixando descendentes, muitos admiradores e muitos opositores.

(*) - CHIMANGOS OU PIC-PAUS – Nos movimentos revolucionários da década de 20, os republicanos foram chamados de chimangos (ave de rapina muito conhecida no Estado) como símbolo da ação supostamente predatória do eterno presidente do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros e seus correligionários. O símbolo dos republicanos era o lenço branco.
     - MARAGATOS – Termo a princípio pejorativo depois usado pelos rio-grandenses com orgulho para definir os revolucionários que lutaram contra o Governo nas revoluções de 1893/1895, extensivo aos revolucionários que lutaram nas revoluções que se seguiram.
Na Revolução de 1893 os republicanos (chimangos) passaram a chamar os adversários Federalistas de “Maragatos” sob a alegação de que roubavam e pilhavam.
O lenço vermelho usado pelos maragatos simbolizava a Revolução , o inconformismo com os atos do governo.
(Prof.ª Teresa Christensen – em SANTA ROSA – Histórias e Memórias – fls. 40)


“Velho Lenço Colorado
Tu carregas no teu pano
Todo o valor haragano
Dos cavaleiros charruas
E acordas quando flutuas
Por essas várzeas assim,
O eco de algum clarim,
Que ressurgindo da campa
Anda volteando no pampa
O guasca que está no fim!

E tu, velho Lenço Branco
Como a alma das chinocas
Tu, que meu sangue provocas
Quando te vejo esvoaçar,
Comigo hei de te levar
Sempre alegre e satisfeito
Atado do mesmo jeito,
Seja na paz ou na guerra
Como emblema desta terra
Batendo sobre o meu peito!”
                                                                   
                                                                 (Jayme Caetano Braum em BRANCO OU COLORADO).

Um comentário:

  1. A historia de Sana Rosa divide-se em ANTES E DEPOIS, da Prof. Teresa Christensen.

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