quarta-feira, 24 de julho de 2013

História e Memórias


Digitalização - João Jayme de Araújo




A CRIAÇÃO DE NÚCLEOS COLONIAIS
Os territórios do Noroeste do Rio Grande do Sul tiveram a sua organização definida a partir de interesses efetivos do modelo capitalista que orientava a politica de colonização do Estado.
Além da necessidade de ocupação destes espaços por razões estratégicas, havia também a preocupação em atender aos interesses políticos, de uma oligarquia hegemônica do Estado formando nas áreas colonizadas um eleitorado capaz de garantir a supremacia do Partido Republicano Rio-Grandense.
Além disso a produção gerada pelas mesmas proporcionaria uma modernização econômica, bem como contribuir com a arrecadação de tributos para os cofres públicos.
No Vale do Uruguai existiam os territórios ocupados pelos Kaigángs e remanescentes guaranis.
Em relação aos indígenas  os documentos oficiais e tradição oral registram que os Kaigángs não aceitavam a ocupação das florestas pelos novos colonizadores e revidavam com violência a intromissão.
Foram justamente os imigrantes e seus descendentes empobrecidos, em sua grande maioria, que se mobilizaram em direções as novas colônias da fronteira Noroeste.
Esses novos povoadores tiveram a árdua tarefa de desmatar essas terras que, para os nativos, significava uma violência, pois com  a terra mantinham relações fraternas que se perdiam no tempo.
Antes da colonização de Santa Rosa as suas florestas eram o seu habitat. Aos poucos foram sendo desalojados perdendo os seus espaços para os novos ocupantes que chegavam.
Em função do processo colonizador, os Kaigángs passaram a ser considerados, não os legítimos donos da terra, e sim, intrusos.
É aquele que de uma ou outra forma deve ser retirado da área em que sempre viveu, isto é, das suas terras, agora destinadas à colonização.

(Prof.ª Teresa Christensen em SANTA ROSA – Histórias e Memórias – fls. 22

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